Rei Divino, na palha singela, por que Te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofuscá-los com a grandeza do Teu Reino?
Soberano da Eternidade, por que estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento Te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?
Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração para libertá-lo.
Procuravas o asilo de nossa alma para convertela em harpa nas Tuas mãos.
Preferias esmolar segurança e carinho para que, em Te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.
Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção…
E modificaste, assim, o destino das nações. Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crim...